Sábado, 23 de novembro de 2024
Sábado, 23 de novembro de 2024
Oxana Malaya costumava ser deixada no frio, do lado de for de casa, no vilarejo de Nova Blahovishchenka (Ucrânia), pelos pais, alcoólatras. Abandonada a menina, de 3 anos, passou a "criada" por uma cadela e vivia com outros cães nas ruas.A menina passou a adotar comportamento canino: latia e rosnava frequentemente. Como membro da matailha, Oxana também passou a andar de quatro.
Nos cinco anos seguinte, no seu esforço para sobreviver, Oxana morou com Naida."Mamãe teve muitos filhos; não tínhamos camas suficientes. Então rastejei até uma cadela e comecei a morar com ela", explicou Oxana, agora com 40 anos, em reportagem no 60 Minutes Australia, programa da Nine Network.Malaya foi rapidamente abraçada pelos animais não domesticados do vilarejo. Ela interrompeu o aprendizado da fala e passou a se comunicar latindo e rosnando.
"Eu conversava com eles, eles latiam e eu repetia. Essa era a nossa forma de comunicação", declarou ela.A imitação do comportamento canino não se limitava aos sons e à forma não humana de se locomover. Oxana passou também a comer carne crua, vasculhar latas de lixo em busca de alimentos, tomar banho debaixo de torneiras (e se sacudir depois) e ficar se lambendo.
“Ela parecia mais um cachorro do que uma criança", disse Anna Chalaya, diretora da instituição de cuidados especiais onde Oxana reside agora. "Ela mostrava a língua quando via água e comia diretamente com a boca e não com as mãos", acrescentou ela.Depois de latir para um vizinho aos 9 anos, as autoridades ucranianas foram alertadas sobre a condição canina da criança. No entanto, os esforços para resgatar Malaya foram inicialmente frustrados pela gangue de cães que lutou ferozmente para protegê-la da polícia. Só quando os funcionários distraíram os cães com comida é que conseguiram retirar a menina do canil.
Foto: Reprodução
Mas extrair Oxana do que se tornou o seu habitat natural e reuni-la com a humanidade não reabilitou imediatamente a infeliz e solitária criança. Nem o contato com parentes durante sua reabilitação foi capaz de curar as suas feridas.
"Acho que ela nunca conseguirá ler ou fazer qualquer outra coisa que seja útil", disse a psicóloga infantil Lyn Fry sobre a ucraniana, que tem a capacidade mental de uma criança de 6 anos. "Se você não domina a linguagem por volta dos 5 anos, provavelmente não conseguirá aprender nada", emendou a especialista.
*R7