A CPI dos Atos Golpistas vai definir nesta terça-feira (22) novas quebras de sigilos e convocações para depoimentos. A relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), vai propor as seguintes quebras de sigilo:
- General Mauro Lourena Cid – sigilo bancário e relatório de inteligência financeira do Coaf
- Presidente do PL, Valdemar Costa Neto – sigilo telemático
- Deputada Carla Zambelli – relatório de inteligência financeira do Coaf e sigilo telemático
- Ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira – sigilo telemático
A relatora também pretende pedir novos depoimentos, inclusive a reconvocação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Mas vai marcá-los apenas depois de analisar novos dados, como quebras de sigilo bancário e avanço das investigações da Polícia Federal.
Eliziane Gama avalia que essas informações são essenciais para confirmar a relação entre esses alvos e os atos golpistas de 8 de janeiro.
A CPI pode solicitar ainda, no futuro, que a PF compartilhe com a comissão dados bancários do ex-presidente Bolsonaro, para checar se recursos da venda de joias recebidas como presentes oficiais foram parar em suas contas bancárias, como lavagem de dinheiro.
A cúpula da CPI avalia que a comissão, depois de patinar no início, agora já tem em mãos – e para chegar – dados que podem ajudar a elucidar não só o planejamento e financiamento de atos golpistas, mas também pode esbarrar em esquemas de corrupção dentro do governo Bolsonaro.
Perícias em celulares
Enquanto isso, depois dos celulares de Frederick Wassef, a Polícia Federal conseguiu as senhas também do aparelho celular do general Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid.
O celular chegou do Rio de Janeiro, onde foi apreendido na casa do pai do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Segundo investigadores, os peritos vão começar a acessar um celular e um HD de um computador apreendidos na casa do general. As senhas, segundo eles, já foram identificadas, da mesma forma como foi feito com os quatro celulares do advogado Wassef.
Para a PF, o celular do pai de Mauro Cid é uma peça importante nas investigações. Motivo: o general Mauro Lourena Cid é amigo do ex-presidente Bolsonaro. Formaram junto na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras). Bolsonaro nomeou o general para um cargo na Apex em Miami.
*G1/Blog do Valdo Cruz