O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), comentou nesta terça-feira (3) sobre as dificuldades em agendar a sabatina de Gabriel Galípolo, indicado para a presidência do Banco Central, devido ao período pré-eleitoral. Ele destacou que a principal questão é garantir o quórum necessário para a votação, especialmente em meio às eleições municipais.
“Se puder fazer no dia 10, ótimo. Se não for no dia 10, dificilmente seria no dia 17″, afirmou Wagner, ressaltando que o desafio é o mesmo para ambas as datas. Segundo ele, a sabatina de Galípolo foi bem recebida pelos senadores e pelo mercado, mas o contexto eleitoral complica a obtenção de quórum.
Questionado sobre a possibilidade de a análise do nome de Galípolo ser adiada para após as eleições, o senador disse que não é ruim, já que a posse só ocorreria em dezembro. Ele acrescentou que o governo deseja resolver a questão rapidamente para dar um sinal positivo ao mercado.
Wagner enfatizou que, se Galípolo for aprovado na CAE antes da próxima reunião do Copom, isso seria um bom indicativo. “Eu vou trabalhar para que a sabatina ocorra o mais rápido possível. Não há nenhuma urgência extrema, é apenas uma questão de definir e tranquilizar o mercado,” concluiu o senador.
Na manhã desta terça-feira (3), Vanderlan Cardoso se reuniu com o senador Otto Alencar (PSD-BA), líder do PSD no Senado, e Gabriel Galípolo para discutir a data da sabatina, em um encontro que durou cerca de uma hora. Segundo Vanderlan, as conversas estão avançando, mas a data ainda depende de uma reunião posterior com Pacheco.
Vanderlan Cardoso também informou que a relatoria da sabatina de Galípolo está entre os senadores Ângelo Coronel (PSD-BA) e Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado. A escolha do relator será decidida após novas consultas entre os membros da CAE.
Após a sabatina, a indicação de Galípolo precisa ser votada pela CAE e, posteriormente, pelo plenário do Senado. O atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cujo mandato foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), permanecerá no cargo até 31 de dezembro.
Gabriel Galípolo
Galípolo é o atual diretor de Política Monetária do Banco Central. Ele foi indicado por Lula para o cargo no ano passado e aprovado pelo Senado, tanto na CAE quanto no plenário, onde recebeu 39 votos favoráveis e 12 contrários. Na comissão, foram 23 “sim” e dois “não”.
Galípolo vem atuando na direção de Política Monetária do BC, depois de ocupar o cargo de número 2 do Ministério da Fazenda. Ele trabalhou no Centro Brasileiro de Relações Internacionais, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e no Banco Fator. Também já chefiou as secretarias de Economia e de Transportes no governo estadual de São Paulo.
“A indicação ainda depende da aprovação do Senado. Então, por respeito vou ser breve, mas dizer que na mesma magnitude, é uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado à presidência do Banco Central pelo ministro Fernando Haddad e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva,” disse Galípolo em comunicado à imprensa.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a partir de agora o governo vai avaliar os três nomes que vão para a diretoria até o fim do ano.
“Oportunamente devemos tomar decisão junto ao presidente [Lula] de indicar os outros três diretores. Sabatina é atribuição do Senado, o presidente chegou a discutir com Pacheco [presidente do Senado], isso cabe ao Senado marcar e decidir. A casa tem seu ritmo, afazeres vai julgar o melhor momento da sabatina.