Aguarde. Carregando informações.
MENU

Sábado, 30 de novembro de 2024

Política

Lira relata preocupação da Câmara com 'precedente' da prisão de Brazão

Lira relata preocupação da Câmara com 'precedente' da prisão de Brazão

(Imagem: Bruno Spada/Câmara dos Deputados )

Depois que a Comissão de Constituição e Justiça decidiu dar um recado em nome da Câmara ao Supremo, suspendendo a análise da manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de ser mandante do assassinato de Marielle Franco e seu motorista, Anderson, Arthur Lira, presidente da Casa, desembarcou no Ministério da Justiça.

Segundo Lira relatou a aliados, a conversa, a portas fechadas, ontem (27), ocorreu em tom ameno, institucional, mas franca. O presidente da Câmara foi ao ministro Ricardo Lewandowski relatar o que ele chamou de "preocupação da Casa como um todo" com o "precedente que pode ser aberto com a prisão" do deputado Brazão.

O pano de fundo é o seguinte: a Constituição autoriza a prisão de parlamentar em exercício do mandato quando há, entre outros requisitos, crime em flagrante. Lira tem sido pressionado há tempos, especialmente pela oposição, a colocar em andamento pautas que imponham limites --e uma blindagem adicional-- a deputados e senadores que se tornam alvo de investigação e de operações da Polícia Federal.

A prisão de Chiquinho Brazão, relatou Lira, despertou críticas internamento, em especial por uma ala que não enxerga o "flagrante" no cenário que levou à prisão do deputado.
 

Lewandowski e Lira têm boa relação institucional e a conversa não resvalou para os detalhes da investigação.

Lira sabe que o crime atribuído a Brazão é grave demais para servir de pretexto de um levante contra o Supremo e a PF. Mas aproveitou a decisão da CCJ de adiar a análise sobre o relaxamento ou manutenção da prisão para tratar do cenário geral.

Brazão foi preso --e teve a condição de integrante de organização criminosa ratificada pela primeira turma do STF-- sob o argumento dos investigadores de que havia, além de crime continuado, risco de fuga, começando por suspeitas da construção da saída do país de familiares dos irmãos Brazão.

A Câmara --e Lira, principalmente-- sabem que o assassinato de Marielle e Anderson não é o caso adequado para sinalizar respostas da ala insatisfeita com o STF e as investigações sobre milícias digitais e tentativa de golpe.

Ainda assim, o incômodo foi explicitado.

*G1/Blog da Daniela Lima