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Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024

Brasil

Médicos foram executados com ao menos 33 tiros no Rio; veja o que se sabe

Médicos foram executados com ao menos 33 tiros no Rio; veja o que se sabe

(Imagem: Reprodução)

Três médicos foram mortos a tiros, e um foi internado baleado, em um ataque na madrugada desta quinta-feira (5) na Barra da Tijuca. A perícia colheu 33 estojos (sobras de projéteis) de pistola calibre 9 mm de cano curto no local do crime, um quiosque. Até a última atualização desta reportagem, não se sabia por que os ortopedistas foram mortos.

Houve motivação política?

 

Diego Ralf Bomfim, 35 anos, um dos 3 mortos, era irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do também deputado federal psolista Glauber Braga (RJ).

As autoridades pontuaram que ainda é cedo para afirmar se foi um crime político.

Diego era especialista em Reconstrução Óssea pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Morreu no Hospital Lourenço Jorge.

Quem são os outros 2 mortos?

 

  • Marcos de Andrade Corsato, 62 anos. Médico assistente do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Morreu na hora.
  • Perseu Ribeiro Almeida, 33 anos: Especialista em cirurgia do pé e tornozelo pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Fez aniversário na terça (3). Morreu na hora.
 

Quem é o sobrevivente?

 

Daniel Sonnewend Proença, 32 anos: Formado pela Faculdade de Medicina de Marília em 2016, é especialista em cirurgia ortopédica. Foi levado com vida para um hospital com pelo menos 3 tiros e seria transferido para uma unidade particular. O estado dele era estável na manhã desta quinta.

Marcos de Andrade Corsato, Daniel Sonnewend Proença, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida — Foto: Reprodução

Marcos de Andrade Corsato, Daniel Sonnewend Proença, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida — Foto: Reprodução

Onde foi o ataque?

 

O crime foi no Quiosque do Naná, na Avenida Lúcio Costa, na Praia da Barra da Tijuca, entre os postos 3 e 4, em frente ao Hotel Windsor.

Mapa do ataque aos médicos na Barra da Tijuca — Foto: Infografia: Wagner Magalhães/g1

Mapa do ataque aos médicos na Barra da Tijuca — Foto: Infografia: Wagner Magalhães/g1

O que as imagens mostram?

 

  • A câmera de segurança do Quiosque do Naná marcava 00:59:20. Um carro branco para sobre a faixa de pedestres em frente ao estabelecimento.
  • 00:59:22: Três homens começam a descer do veículo: o carona e dois do banco de trás, cada um por um lado. Os médicos aparentemente não percebem os criminosos se aproximando.
  • 00:59:26: Somente quando dois deles chegam bem perto da mesa onde os médicos estavam, começam os disparos.
  • 00:59:27: Perseu, na cabeceira da mesa, tomba para trás, já possivelmente morto. Diego também cai. Marcos morre sentado na cadeira.
  • 00:59:30: Os três atiradores recuam, embora ainda atirando; é possível ver Daniel tentando escapar agachado.
  • 00:59:34: Dois dos criminosos voltam ao carro. O terceiro se aproxima de Daniel e faz mais disparos.
  • 00:59:37: Um dos bandidos que já estavam no veículo retorna ao quiosque e vai até os fundos do estabelecimento, onde volta a atirar.
  • 00:59:39: O outro criminoso no carro também volta e parece ver se Marcos está mesmo morto. O que perseguia Daniel fica atrás do veículo.
  • 00:59:43: Os dois que tinham retornado ao bar correm para o veículo.
  • 00:59:47: O trio embarca, e o automóvel dá a partida.
  • 00:59:55: O carro desaparece do alcance da câmera.

Alguém viu o crime?

 

Sim, havia mais clientes na hora. Uma delas relatou:

“Não teve conversa, não teve voz de assalto. Simplesmente chegaram e atiraram. E foi muito, muito rápido. Em questão de 30 segundos já tinha acontecido tudo. Então, a gente percebeu que não foi um assalto exatamente. Foi simplesmente uma execução.”
 

Algo foi levado?

 

A polícia diz que nada foi roubado.

Quem está investigando?

 

A Delegacia de Homicídios da Capital.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações.

A Polícia Civil de São Paulo também ofereceu auxílio.

*G1