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Quarta-Feira, 12 de março de 2025

Brasil

Seis em cada dez adultos beneficiários do Bolsa Família estão acima do peso, diz governo

Seis em cada dez adultos beneficiários do Bolsa Família estão acima do peso, diz governo

(Imagem: Arquivo/Agência Brasil)

Cerca de 3 milhões de adultos beneficiários do programa Bolsa Família estão acima do peso, segundo dados do governo federal. Essa quantidade corresponde a 64% das pessoas com mais de 18 anos que recebem o benefício e passam por acompanhamento nutricional (4,76 milhões de pessoas).

Além disso, a condição de sobrepeso e obesidade afeta aproximadamente 583 mil crianças de 0 a 5 anos (14,7% dos 3,97 milhões de acompanhados) e 627 mil adolescentes até 17 anos (28% dos 2,24 milhões monitorados).

 

Os dados foram apresentados no 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que estabelece estratégias e iniciativas voltadas à segurança alimentar e nutricional. Com o plano, o governo federal busca aumentar o consumo de alimentos in natura, reduzir o uso de ultraprocessados, além de promover ambientais que incentivem a alimentação adequada para prevenir todas as formas de má nutrição (desnutrição, sobrepeso, obesidade e carências de micronutrientes).

Para lidar a prevenção do sobrepeso, o plano sugere a adoção de ações de desestímulo ao consumo de alimentos ultraprocessados, enfrentamento ao preconceito com pessoas com obesidade e promoção de alimentação adequada e saudável no ambiente escolar, incluindo escolas rurais e das comunidades e territórios de povos e comunidades tradicionais.

Em 17 anos, a proporção de adultos com obesidade mais que dobrou no Brasil, saltando de 11,8% para 24,3%, segundo a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco, que considera os anos de 2006 a 2023. O resultado indica que 25% dos adultos das capitais do país estavam obesos.

“Esses dados expõem outra preocupante dimensão da insegurança alimentar: a obesidade é fator de risco para diversas doenças crônicas não transmissíveis, muitas vezes associadas a padrões alimentares inadequados”, diz o documento.

Segundo o governo, adultos entre 35 e 44 anos apresentam a maior taxa de variação anual para excesso de peso e obesidade no período.

De forma geral, um a cada três brasileiros é considerado obeso, e 68% dos adultos está com alto índice de massa corporal, mostra o Atlas Mundial da Obesidade 2025, publicado pela Federação Mundial da Obesidade. Em 2021, o país registrou quase 61 mil mortes prematuras relacionadas ao excesso de peso.

O estudo aponta que não existem estímulos suficientes para a prática de exercícios físicos no país, além da falta de incentivos fiscais para o consumo de alimentos saudáveis e até mesmo a taxação de produtos ricos em gorduras, o que pode favorecer o cenário.

“Sem um esforço conjunto, a tendência é que a obesidade continue avançando, sobrecarregando os sistemas de saúde e comprometendo a qualidade de vida da população”, disse a federação.

Desnutrição

O 3º Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional também mostrou que a desnutrição é um problema para uma parcela dos beneficiários do Bolsa Família, atingindo cerca de 297 mil crianças, 92 mil adolescentes e 128 mil adultos.

A pesquisa de vigilância mostrou, ainda, que de cerca de 25 milhões de brasileiros, dos 77 milhões que residem nas cidades avaliadas, moram em desertos alimentares.

Os desertos alimentares são lugares onde o acesso a alimentos saudáveis se limita a até 5 estabelecimentos que comercializam produtos in natura ou minimamente processados para cada mil habitantes.

Segundo o governo, em dois anos, 24 milhões de pessoas foram retiradas da situação de fome. No ano passado, um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) indicou que o Brasil registrou queda de 85% no estado de insegurança alimentar severa.

O índice é um comparativo com 2022, quando o país tinha pouco mais de 17 milhões de pessoas em situação de fome. Em 2024, esse indicador caiu para 2,5 milhões.

Sobre o Bolsa Família

O Bolsa Família é um programa assistencial do governo que atua na transferência direta de renda. Para ter direito, o contribuinte deve receber até R$ 218 mensais para cada integrante da família que vive na mesma casa, além de estar inscrito no Cadastro Único. O registro é feito em postos de atendimento da assistência social dos municípios.

Ao recriar o Bolsa Família, em março de 2023, o Governo Federal passou a garantir o repasse de, no mínimo, R$ 600 por família inscrita e adotou uma nova cesta de benefícios que entrega valores complementares, conforme a composição da família.

*R7