Aguarde. Carregando informações.
MENU

Domingo, 22 de setembro de 2024

Economia

Aneel propõe R$ 37,2 bi para conta que banca subsídios na tarifa de energia em 2024

Aneel propõe R$ 37,2 bi para conta que banca subsídios na tarifa de energia em 2024

(Imagem: Divulgação/Sedes MA)

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs nesta terça-feira (14) um orçamento de aproximadamente R$ 37,2 bilhões para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) em 2024.

A CDE é um fundo usado para bancar subsídios concedidos pelo governo e pelo Congresso através do setor de energia (veja detalhes mais abaixo).

A maior parte do valor – R$ 32,7 bilhões (88%) – será bancada pelos consumidores de energia em 2024, por meio de dois encargos incluídos nas contas de luz.

O orçamento de 2024 da CDE foi submetido a consulta pública e aguarda aprovação final.

O impacto nas tarifas dos consumidores cativos, que compram energia da distribuidora local, será de:

  • Norte e Nordeste: 1,26%
  • Sul, Sudeste e Centro-Oeste: 1,25%
 

Maior orçamento dos últimos 11 anos

 

Se aprovado, o orçamento da CDE para 2024 será o maior da série histórica da Aneel, que começa em 2013, em valores nominais (sem reajuste pela inflação). Em relação a 2023, haverá um aumento de 6,2%.

No ano passado, a conta de desenvolvimento custou R$ 34,99 bilhões -- dos quais R$ 29,57 bilhões foram bancados pelos consumidores por meio de encargos incluídos na conta de luz.

Orçamento CDE

Ano Orçamento (R$ bilhões)
2013 14,12
2014 18,07
2015 25,25
2016 18,29
2017 15,99
2018  20,05
2019 20,21
2020 21,91
2021 23,92
2022 32,1
2023 34,99
2024 37,17

O que é a CDE

 

Criada em 2002, a CDE é um fundo setorial que faz o custeio de políticas públicas do setor elétrico, como:

  • universalização do serviço de energia elétrica em todo o território nacional;
  • concessão de descontos tarifários a diversos usuários do serviço: baixa renda; rural; irrigante; serviço público de água, esgoto e saneamento; geração e consumo de energia de fonte incentivadas, etc.;
  • descontos na tarifa em sistemas elétricos isolados;
  • subsídios para produção de energia termelétrica nos sistemas isolados; e
  • subsídios ao carvão mineral nacional;
  • subvenção a cooperativas e pequenas concessionárias do setor de energia;
  • subsídio à geração distribuída.
 

O orçamento é aprovado para cobrir os custos dos subsídios. Dessa forma, receitas e despesas são equivalentes.

A CDE tem como receitas:

  • multas aplicadas pela Aneel;
  • recursos de pesquisa e desenvolvimento não utilizados pelas empresas;
  • valores pagos pelas hidrelétricas pelo uso do bem público;
  • recursos da Reserva Global de Reversão (RGR), um encargo pago por geradores, transmissores e distribuidoras;
  • aportes do Tesouro Nacional;
  • cotas pagas pelos consumidores.
 

Ao longo dos anos, com o aumento da CDE e a redução da participação da União no fundo, os consumidores tiveram que arcar com a maior parte dos custos.

*G1