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Domingo, 22 de setembro de 2024

Economia

Governo vai retomar imposto de importação de veículos elétricos para 'estimular indústria nacional'

Governo vai retomar imposto de importação de veículos elétricos para 'estimular indústria nacional'

(Imagem: Reprodução G1)

A Câmara de Comércio Exterior (Camex), formada por representantes dos ministérios da área econômica do governo federal, decidiu retomar o imposto de importação para carros elétricos, híbridos e híbridos plug-in comprados fora do país, assim como para 73 produtos químicos.

Para os carros elétricos, a taxação voltará a partir de janeiro de 2024.

“O Brasil é um dos principais mercados automobilísticos do mundo. Temos de estimular a indústria nacional em direção a todas as rotas tecnológicas que promovam a descarbonização, com estímulo aos investimentos na produção, manutenção e criação de empregos de maior qualificação e melhores salários”, afirmou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.

De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, a Camex estabeleceu uma retomada gradual das alíquotas, e criou cotas de isenção para importações até 2026 (veja detalhes abaixo).

Em dezembro, o governo diz que será publicada portaria para disciplinar a distribuição dessas cotas entre os importadores e permitir a entrada de novas empresas.

Segundo Alckmin, a transição da indústria automobilística mundial para a eletrificação é uma “realidade incontornável”.

“É chegada a hora de o Brasil avançar, ampliando a eficiência energética da frota, aumentando nossa competitividade internacional e impactando positivamente o meio ambiente e a saúde da população”, acrescentou Alckmin.
   

Imposto de importação

 

O governo informou que as porcentagens de “retomada progressiva” de tributação para os automóveis vão variar com os “níveis de eletrificação” e com os processos de produção de cada modelo, além da produção nacional.

  • no caso dos carros híbridos, a alíquota do imposto começa com 12% em janeiro de 2024; 25% em julho de 2024; 30% em julho de 2025; e alcança os 35% apenas em julho de 2026.
  • para híbridos plug-in, serão 12% em janeiro, 20% em julho, 28% em 2025 e 5% em 2026. Para os elétricos, a sequência é 10%, 18%, 25% e 35%.
 

Para “automóveis elétricos para transporte de carga”, ou caminhões elétricos, que começarão com taxação de 20% em janeiro e chegarão aos 35% já em julho de 2024. “Nesse caso, a retomada da alíquota cheia é mais rápida porque existe uma produção nacional suficiente”.

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Cotas

 

O governo explicou, porém, que as empresas também têm até julho de 2026 para continuar importando com isenção até determinadas cotas de valor, também estabelecidas por modelo.

  • Para híbridos: cotas de US$ 130 milhões até julho de 2024; de US$ 97 milhões até julho de 2025; e de US$ 43 milhões até julho de 2026.
  • Para híbridos plug-in: US$ 226 milhões até julho de 2024, US$ 169 milhões até julho de 2025 e de US$ 75 milhões até julho de 2026.
  • Para elétricos: nas mesmas datas, respectivamente US$ 283 milhões, US$ 226 milhões e US$ 141 milhões.
  • Para os caminhões elétricos: US$ 20 milhões, US$ 13 milhões e US$ 6 milhões.
 

De acordo com Geraldo Alckmin, a deliberação de hoje representa um real incentivo para que novas indústrias se instalem ou iniciem produção de veículos eletrificados, gerando emprego e renda.

“A sustentabilidade é garantida pelo privilégio às tecnologias de baixo carbono”, concluiu.

Produtos químicos

 

No caso dos produtos químicos, o governo informou que a retomada do imposto de importação visa “reverter impactos negativos causados à indústria nacional, em razão do expressivo aumento das importações e da forte variação de preços”.

“O setor registra que o volume de importações sobre a demanda interna cresceu 47% entre janeiro e agosto deste ano, comparado a igual período do ano passado”, explicou o Ministério do Desenvolvimento.

Com a volta das tarifas normais, que haviam sido reduzidas em maio deste ano, o imposto de importação sobre os 73 produtos químicos subirá entre 0,4 e 1,4 ponto percentual.

*G1