Evelyn Castro, de 42 anos, estreou na televisão em 2005, no talent show Fama, da Globo. A carioca foi finalista da quarta edição do programa e disputou o prêmio com Shirle de Moraes e Fábio Souza, que acabou vencendo a atração. De lá para cá, a artista não abandonou a carreira musical, mas passou a se dedicar também à profissão de atriz e humorista.
Atualmente no ar como a personagem Maria Augusta, da série Encantado's, do Globoplay, Evelyn ficou muito conhecida do grande público por viver a Marraia no sitcom Tô de Graça, do Multishow, e integrar o elenco do canal humorístico da internet Porta dos Fundos desde 2016. Hoje, ela une as carreiras de cantora, atriz e humorista e faz filmes, peças, séries, musicais e shows.
Mas, apesar de nunca ter deixado de lado o canto, Evelyn estava com saudade de soltar a voz. É por isso que ela está tão empolgada com a estreia de Tributo a Tina Turner, no dia 1º de julho, no Teatro dos Quatro, na Gávea, Zona Sul do Rio. A artista quer levar o público a uma viagem emocionante pela vida e obra da rainha do rock, interpretando sucessos como What's Love Got To Do With It, Proud Mary e Simply The Best.
"Vou cantar o tempo inteiro porque eu preciso. Não quero enganar o público, quero deixar bem claro que eles não estão indo ver um stand up [comedy], até porque eu não faço. Eu acho uma arte muito difícil. O meu show acaba sendo um stand up porque eu falo muita besteira no palco (risos). Mas eu não estou fazendo um stand up. Vou entregar um show. Vai ter um hit atrás do outro da Tina", avisa.
Fã da cantora americana -- que morreu em maio deste ano, aos 83 anos --, Evelyn vai costurar o show com histórias pessoais relacionadas à rainha do rock n' roll. "Vou contar como a Tina me influenciou", adianta, explicando que quer mostrar às pessoas que também é cantora. "Eu devo ao público, que vai querer saber: 'que isso? A Evelyn canta? De onde está vindo isso? As pessoas não sabem mais que eu canto. Não existe um link'."
Evelyn Castro — Foto: Andrea Rocha/Divulgação
Forma de expressão
Cantora há 20 anos, Evelyn conta que o público se surpreende quando a vê cantando. "As pessoas não sabem, não têm ideia que canto. A minha primeira aparição na TV foi como cantora", recorda. "Preciso voltar a cantar. Quem é cantor (a) sabe que cantar vai além de dinheiro. A gente necessita de verdade... É expressão, é uma ramificação da forma de se expressar", avalia.
Para a artista, cantar Tina Turner tem um gosto ainda mais especial. "A Tina me ensinou muito. Quando eu a escutava, sentia que a gente tinha uma coisa muito parecida na forma de se expressar. Eu já ouvi muito: 'ah, você grita!' E eu podia ter levado isso -- e quase levei -- da pior forma possível. Podia até ter parado de cantar. Diziam: 'sua voz é rouca'. Eu falava: 'não, tem uma mulher gigante aí que me diz que eu não sou [ruim], que eu posso ser cantora, sim", conta, emocionada.
Evelyn Castro — Foto: Andrea Rocha/Divulgação
Bem antes da morte
Evelyn ressalta que a ideia do espetáculo surgiu bem antes de Tina Turner morrer. "É muito doido isso, porque parece que estou sendo levada a fazer o espetáculo. Mas, em nenhum momento, pensei em levar esse show adiante. Isso aconteceu logo depois da pandemia, quando um amigo meu baterista me chamou para fazer um projeto na Barra [Zona Oeste do Rio], em uma casa de show que faz uns tributos, e ele sabia que eu gostava muito da Tina e que eu tinha feito um musical dela com a Kacau Gomes [Quebrando Regras - Tributo a Tina Turner - Uma Comédia Musical]", lembra.
A artista descreve como foi a conversa com o amigo. "Ele falou: 'Evelyn, não quer fazer um show? A gente monta rapidinho e vai lá se divertir'. Estava todo mundo sedento para tocar depois da pandemia. Fiz o show, deu super certo, foi além do que eu imaginava e o produtor do espetáculo, Sayd, foi lá ver. Ele é produtor do Fábio Porchat e do Rafael Portugal... E ele me perguntou: 'não quer levar esse show para o palco?' [Tributo a Tina Turner]", conta.
Evelyn explica que nunca tinha pensado nisso, ainda mais porque no Quebrando Regras - Tributo a Tina Turner - Uma Comédia Musical, ela interpretava uma fã de Tina. "Uma coisa era eu fazendo um musical com dramaturgia, eu fazia uma das fãs da Tina que tentava invadir o Maracanã [onde a cantora fez um show histórico em 1988], tinha todo um contexto... Outra coisa é eu ficar cantando músicas dela. E aí eles falaram tanto -- e eu sempre amei essa mulher -- que eu topei", recorda.
A artista reforça que o espetáculo nada tem a ver com a morte de Tina Tuener. "A ideia surgiu muito antes da morte dela, eu até falei na época: 'caramba, graças a Deus vou homenagear alguém que está vivo. Porque fiz musical da Cássia Eller, e ela já não estava mais viva, o Tim Maia também não estava. Pensei: 'poxa, pelo menos a Tina está viva'. Quando a gente fez o' Quebrando Regras -- O Musical, Um Tributo', a Tina também estava viva, estava na Broadway com o espetáculo da vida dela", diz.
Evelyn Castro — Foto: Andrea Rocha/Divulgação
Gente como a gente
Com quase um milhão de seguidores no Instagram, Evelyn vive uma vida normal quando está fora da TV e dos palcos. Mãe de Juan, de oito anos, ela adora interagir com o público quando vai à rua, seja na feira, no supermercado ou na praia. "Gosto do retorno, faço questão de falar com as pessoas, dependo do público. Graças ao reconhecimento delas faço o meu trabalho", elogia.
Além de trocar com o público nas ruas, Evelyn também se comunica com os seguidores na internet. "É uma troca muito boa. Digo -- até para os meus amigos -- que eu gosto de conversar com as pessoas para mostrar para elas que está tudo certo, que eu faço cocô igual a elas. Faço sacolão e reclamo do preço igual a todo mundo. Nunca fui uma pessoa de ter ídolos. Nunca coloquei ninguém em pedestais absurdos. A gente erra à beça, o tempo inteiro", opina.
Evelyn Castro — Foto: Andrea Rocha/Divulgação