Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
Na cerimônia de encerramento das Olimpíadas de Paris 2024, uma medalha de ouro gigante foi colocada ao centro do palco, premiando todos os atletas que emprestaram seu brilho à Cidade Luz. Na tarde deste domingo, a festa foi toda deles, mas a emoção foi compartilhada por todos os que assistiram ao evento ao vivo, no Stade de France, ou pela TV, no mundo todo.
E a passagem de bastão para Los Angeles 2028 foi cinematográfica, estrelada pelo astro Tom Cruise, que desceu do alto da cobertura do estádio pendurado em uma corda e carregou a bandeira olímpica de moto, no melhor estilo "Missão Impossível".
É difícil segurar essa emoção ao fim de cada edição de Jogos Olímpicos, um evento especial, que a cada quatro anos reúne os melhores atletas de todos os cantos do mundo. Em Paris 2024, mais de 10.500 homens e mulheres incríveis de 206 países e do time de refugiados foram protagonistas de histórias inesquecíveis, recordes assombrosos e momentos mexeram com os sentimentos de todos os amantes do esporte.
Entre eles, a maratona feminina, que aconteceu na madrugada. Nela, a holandesa Sifan Hassan ultrapassou a etíope Tigst Assefa, recordista mundial da prova, nos últimos metros, bateu o recorde olímpico e ainda se tornou a primeira mulher a ganhar o ouro olímpico nos 5.000m, nos 10.000m e nos 42,195km. A premiação das duas e da queniana Hellen Obiri, que ficou com o bronze, foi um dos pontos altos do encerramento. Um momento já tradicional, mas que ganhou aplausos entusiasmados do público presente.
A cerimônia começou com uma ode à cidade-sede, em uma performance musical da canção Sous le ciel de Paris (Sob o céu de Paris, em português) no Jardim de Tulleries, onde a pira olímpica foi apagada e a chama transferida para uma lanterna. O nadador francês Léon Marchand, que saiu das Olimpíadas com quatro medalhas de ouro e uma de bronze, foi o encarregado de retirar a chama da pira e começar seu caminho para o Stade de France.
No estádio, uma orquestra entoou a Marselhesa, o hino francês, enquanto as bandeiras francesa e olímpica foram hasteadas. Em seguida, os atletas porta-bandeiras entraram. O Brasil foi representado pelas jogadoras de vôlei de praia Duda e Ana Patrícia, duas mulheres medalhistas de ouro numa edição tão forte para o esporte feminino brasileiro. Afinal, das 20 medalhas brasileiras nos Jogos, 12 vieram de atletas e equipes femininas, incluindo as três douradas.
Os atletas ainda presentes em Paris entraram e transformaram o estádio em baile, dançando, se abraçando, rindo e celebrando o fim de um ciclo olímpico e o início de outro. Na delegação brasileira, a alegria transbordava, com atletas com medalhas no peito e outros que deixaram as frustrações de lado para viver o momento.
As ginastas do conjunto da ginástica rítmica, que viveram uma grande decepção na sexta-feira ao não se classificar para a final quando uma delas, Victória Borges, precisou competir lesionada, estavam presentes. Riram, pularam e tiraram fotos em volta da cadeira de rodas que levava Vicky, de perna imobilizada.
Após algumas cerimônias protocolares, o estádio ficou quase completamente às escuras, com algumas luzes se acendendo e apagando e grandes lonas subindo, cheias de ar, formando montanhas envolvidas por uma neblina formada por uma substância que lembrava gelo seco. Refletores se acenderam no cenário fantasmagórico, apontando para o alto, de onde um "viajante dourado" desceu. Uma figura alienígena vinda do céu e que se encontrou, ao chegar ao palco, com o mascarado misterioso e a amazona prateada que conduziram a cerimônia de abertura.
O viajante dourado começou então a explorar as ruínas da nossa civilização, desenterrando a estátua da Vitória Alada da Samotrácia, escultura que representa a deusa grega da vitória, da força e da velocidade, Nice, presente em todas as medalhas olímpicas. Um balé aconteceu no palco enquanto foi feita a escavação dos aros olímpicos, restaurando os ideais dos Jogos.
Bandas e cantores franceses ocuparam o centro do palco, iluminados por luzes típicas de boates e cercados pelos atletas, verdadeiros astros da noite. Night forte em Paris, antes de começarem os discursos das autoridades. Primeiro, com Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador de Paris 2024, seguido por Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI).
- Nós sabíamos que você seriam brilhantes, mas vocês foram mais. Vocês foram mágicos - disse Estanguet, se dirigindo aos atletas.
A passagem de bastão de Paris 2024 para Los Angeles 2028 foi digna do que se espera da cidade onde Hollywood se encontra. Começou com o astro do cinema Tom Cruise descendo do alto da cobertura do Stade de France pendurado em uma corda, seguiu com ele levando a bandeira olímpica numa moto e partiu para a exibição de um show numa praia de Los Angeles, com apresentações de Red Hot Chili Peppers, Billie Eilish e Snoop Dogg - que esteve em praticamente todas as arenas de Paris nas duas últimas semanas.
Léon Marchand entrou no estádio com a chama olímpica. Thomas Bach declarou os Jogos Olímpicos de Paris 2024 encerrados, apagou a chama e conclamou os jovens para as Olimpíadas de Los Angeles 2028.
Para o grande final, a cantora francesa Yseult interpretou a música "My Way", famosa na voz de Frank Sinatra, composta pelo frances Jacques Revaux e com letra do canadense Paul Anka. Na versão cantada por Yseult, partes em inglês e francês se alternaram. No fim, a letra diz "voilà, nous l'avons fait comme ça", livremente traduzido como "pronto, foi assim que nós fizemos". Paris celebrou as Olimpíadas que realizou, do seu jeito, e agora se prepara para os Jogos Paralímpicos, que serão disputados entre os dias 28 de agosto e 8 de setembro.
*GE