Sexta-Feira, 18 de outubro de 2024
Sexta-Feira, 18 de outubro de 2024
Com a remarcação dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021, o mundo do esporte viveu um ciclo olímpico mais curto, de três anos. Ainda assim, passou por perdas importantes. A Olimpíada de Paris, que tem sua cerimônia de abertura acontecendo nesta sexta-feira, carrega, além do espírito de competição de sempre do evento, a memória de atletas que perderam a vida enquanto viviam as expectativa de estar novamente no maior palco do esporte mundial.
Atletas experientes, como os velocistas Deon Lendore e Tori Bowie, partiram nos últimos anos depois de deixarem seu legado no esporte olímpico. Também houve quem, com pouca idade, tenha marcado sua modalidade para sempre, como a velejadora tunisiana Eya Guezguez, que faleceu aos 17 anos, após se sagrar a mais jovem atleta do país nos Jogos de Tóquio-2020.
Esportistas olímpicos também foram vítimas de crimes bárbaros, como a velocista queniana Agnes Tirop, assassinada a facadas em sua casa — com o marido como principal suspeito. O também velocista equatoriano Alex Quiñónez foi outro a ser morto, a tiros.
Fenômeno do kitesurfe em Tonga, o jovem Jackson James Rice garantiu vaga nos Jogos de Paris, nos quais a modalidade faz sua estreia (no programa da vela). Mas o atleta de 18 anos acabou perdendo a vida tragicamente em um acidente de mergulho em seu país, semanas antes dos Jogos, em junho.
Ouro nas maratonas de Tóquio e Chicago em 2023 e uma das esperanças de pódio no Quênia, o maratonista Kelvin Kiptum morreu em um acidente de carro, em fevereiro. Ele e seu técnico, Gervais Hakizimana (que também faleceu no acidente), viajavam à cidade de Eldoret quando o condutor do carro perdeu o controle.
Meses depois de competir em Tóquio-2020, em outubro de 2021, a velocista de provas longas de 25 anos foi encontrada morta a facadas em sua casa, no Quênia. Emmanuel Rotich, seu marido, foi preso e responde nos tribunais desde então pelo crime. Na última edição dos Jogos, Tirop havia terminado em quarto nos 5.000 metros.
Vice-campeão mundial indoor no revezamento 4x400m em 2016 (ano em que também disputou a Olimpíada do Rio), Hart foi baleado em setembro de 2022, após tentar separar uma discussão no estacionamento de uma boate nas Ilhas Ábaco, nas Bahamas.
A velejadora perdeu a vida em um acidente durante um treinamento com a irmã gêmea, Sarra — que sobreviveu. Sob ventos fortes nos mares de Tunis, em abril de 2022, a embarcação das duas virou e vitimou Eya, que se afogou. Na Olimpíada de Tóquio, a dupla, que competiu na classe 49er FX, foi a mais jovem a representar a Tunísia.
Dona de três medalhas na Rio-2016 — incluindo um ouro no revezamento 4x100m —, Bowie vivia um momento de baixa na carreira, lidando com lesões. Além de questões de saúde mental — lutava contra uma depressão, segundo pessoas próximas. Disputou suas últimas grandes competições em meados de 2019.
Em maio do ano passado, Bowie foi encontrada morta em casa. A autópsia concluiu que a atleta morreu por complicações em trabalho de parto (estava grávida de sete a oito meses). A filha, Ariana, também não resistiu.
Bronze no revezamento 4x400m em Londres-2012 e grande nome da história do esporte em seu país, Lendore esteve também na Rio-2016 e em Tóquio-2020. Em janeiro de 2022, o velocista foi vítima de um acidente de carro em College Station, no Texas (EUA).
Finalista dos 200m em Londres-2012, Quiñónez ficou de fora dos Jogos de Tóquio por suspensão devido a falhas em informar sua localização, o que impactou na realização de exames antidoping. Em outubro de 2021, foi assassinado a tiros em Guayaquil, sua cidade natal.
*O Globo