Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
Quinta-Feira, 28 de novembro de 2024
A despedida de Thaísa da seleção brasileira emocionou José Roberto Guimarães. Depois da conquista do bronze nas Olimpíadas de Paris, o técnico chorou ao ouvir os agradecimentos da bicampeã olímpica por tê-la resgatado em um período de lesões. Ele retribuiu os agradecimentos e rasgou elogios à central de 37 anos.
- Sem ela a gente não teria conquistado essa medalha. Ela foi extremamente importante. A representatividade dela, o respeito das meninas, das adversárias, o que ela representa para o vôlei no mundo. Quando ela aceitou, pensei: “Nós estamos no caminho, temos chance”. Ela é um ícone. Ela é ela. Só temos de agradecer. Mostrou ao grupo o que é resiliência, o que é vestir a camisa do Brasil, o amor pela pátria e pelo vôlei. O que essa mulher fez de sacrifício para estar na forma que está hoje, a gente tem de reverenciar todos os dias. Muito obrigado de coração - disse Zé Roberto, emocionado.
Em 2017, Thaísa sofreu uma grave lesão no joelho e ficou perto de encerrar a carreira aos 29 anos. Zé Roberto não deixou. Ele levou a bicampeã olímpica para o Barueri, prometeu salário, plano de saúde e fisioterapia sem saber se a atleta voltaria a pisar os pés nas quadras.
- Eu agradeci muito ao Zé por ter me chamado de volta, ter acreditado em mim, que eu poderia ajudar de alguma forma. Ele e a família dele vão ficar marcados na minha história. Se não fossem eles, eu não teria voltado a jogar vôlei. Precisei de muita estrutura, e eles me deram isso quando todo mundo virou as costas para mim. Foi o momento mais difícil da minha vida. Eles estavam me dando a mão. Só tenho a agradecer.
- Provavelmente minha carreira teria acabado ali, muito nova, 29 anos. Ele me pegou pela mão: “Isso não vai acontecer com você, estou contigo.” Ele me trouxe de volta à vida, depois me trouxe de volta à seleção. Depois de tudo isso, conseguimos uma medalha juntos. Só gratidão. Para o resto da minha vida vou lembrar. Coração cheio de gratidão por esse grupo. Elas se dedicaram, me aceitaram, me acolheram. Espero que tenha deixado uma história bonita. Eu consegui, mesmo os médicos falando que eu não conseguiria. Claro que tive muita ajuda - disse Thaísa, também entre lágrimas.
Além do técnico Zé Roberto, a capitã Gabi fez muitos elogios a Thaísa e ressaltou o papel da bicampeã olímpica na conquista do bronze de Paris.
- É um sentimento de gratidão muito grande. Ela merecia o ouro. Mais do que isso, não merecia sair daqui sem uma medalha olímpica. O legado que ela deixa, tudo o que fez, ter aceitado voltar, é o que vai ficar. É o marco para esse novo ciclo até Los Angeles. Não sei se todo mundo no Brasil sabe o tanto que essa mulher sente dor. Não sei como não arrebentou esse joelho. Eu estava no quarto com ela. Vi o sofrimento. E treinava mais que todo mundo. É uma referência. É por isso que a gente ganhou esse bronze. O Brasil tem que reverenciar - disse Gabi.
*GE