Sábado, 20 de dezembro de 2025
Sábado, 20 de dezembro de 2025
Ex-delegado da PF Rodrigo de Melo Teixeira e Alan Cavalcante do Nascimento, apontado como chefe do grupo criminoso, estão entre investigados pela Operação Rejeito beneficiados pela decisão.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli mandou soltar quatro presos por envolvimento na Operação Rejeito, deflagrada em setembro após ser identificada uma organização criminosa que atua no setor da mineração.
A decisão, assinada nesta sexta-feira (19), beneficia o ex-diretor da Polícia Federal Rodrigo de Melo Teixeira e o ex-deputado estadual mineiro João Alberto Paixão Lages, além de Helder Adriano de Freitas e Alan Cavalcante do Nascimento, ambos apontados como articuladores do esquema.
Segundo as investigações da PF, um grupo usava empresas de fachada, servidores públicos e articulações políticas para explorar minério de ferro sem licença em áreas de valor histórico e ambiental, incluindo a Serra do Curral (leia mais abaixo).
Quando a operação foi iniciada, eram 17 mandados de prisão, mas dois não foram cumpridos, segundo fontes ligadas à investigação.
Nesta sexta-feira, Dias Toffoli decidiu substituir quatro prisões preventivas por medidas cautelares como:
No pedido feito pela defesa dos acusados, foi solicitado que se determinasse a “nulidade absoluta de todos os atos decisórios” proferidos pela 3ª Vara Criminal da Seção Judiciária, que havia determinado as prisões preventivas. Também foi solicitado que o caso seja remetido ao STF.
Para a defesa, os órgãos responsáveis pela investigação estariam “adotando manobras procedimentais destinadas a ocultar o envolvimento de parlamentares federais, de modo a manter a tramitação sob a jurisdição da Justiça Federal de primeira instância”. Foi alegado ainda não haver risco à ordem pública e econômica.
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Fotos mostram Alan Cavalcante do Nascimento, Rodrigo de Melo Teixeira e João Alberto Paixão Lages — Foto: Divulgação; Reprodução/TV Globo; Clarissa Barçante/ALMG
Na decisão de Toffoli, o ministro do STF considerou válidas as decisões tomadas pela 3ª Vara Criminal em Minas e também os indícios contra os acusados durante as investigações.
No entanto, ele apontou que o conjunto de medida cautelares determinados por ele são “suficientes para assegurar a aplicação da lei penal, a preservação da ordem pública e econômica, bem como a conveniência da instrução criminal”.
A organização criminosa investigada pela Operação Rejeito atuava por meio da criação de empresas de fachada registradas em nome de “laranjas”. Essas empresas solicitavam autorização para serviços de terraplanagem, mas, na prática, extraíam minério de ferro em áreas sem licença.
Entre as áreas exploradas de forma ilícita estavam locais de alto valor histórico e ambiental, como a Serra do Curral, cartão-postal de BH.
Segundo as investigações, documentos eram fraudados para viabilizar as atividades e servidores públicos recebiam propina para acelerar processos, liberar licenças ambientais e autorizações de mineração.
Área da Serra do Curral explorada pela mineração — Foto: Reprodução/TV Globo
Os beneficiados pelo alvará de soltura determinado por Toffoli haviam sido presos no dia em que a Operação Rejeito foi deflagrada, em 17 de setembro.
Três deles, Alan, João Alberto e Helder, chegaram a ser transferidos para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS) dias após a operação, mas foram levados em seguida para prisões do sistema prisional mineiro.
Veja abaixo quem eles são:
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Alan Cavalcante do Nascimento — Foto: Reprodução
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Rodrigo de Melo Teixeira, delegado da PF, em imagem de arquivo, de quando assumiu Superintendência da Polícia Federal em Minas Gerais — Foto: Reprodução/TV Globo
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João Alberto Paixão Lages é empresário e ex-deputado estadual por MG. — Foto: Clarissa Barçante/ALMG
*G1 e TV Globo